segunda-feira, 8 de abril de 2013

TEMPESTADE



TEMPESTADE

Parei perto da ilha,
para o barco descansar,
com madeira e rosto surrados
de tempestade...
a pele marcada de chuva
os olhos inundados de sol,

a ilha bem que atraiu,
por demais o viço dos coqueiros,
bichos, macacos,
sonhos terrenos,
canto de sereia,
e carne...
o coração suspirou...

mas sempre há rochedos encarpados,
e a praia some e cresce ao prazer da maré,

mas a brisa veio firme,
o barco meio que aprumou,
e na manhã qualquer
de qualquer dia,
o marujo viu o afastar da ilha.

Segue sempre barco e coração vadios...
segue assim perdido no oceano
é mais um ano
vendo tudo se afastar...

e a ilha?
vai sumindo...
bem lenta...
deslizando no vazio do mar...

Guto Grana
Eu Armagedon

09.04.13




CATRACA

Seu cardiologista
me ajude por favor...
ajuda esse coração babaca
que sempre emperra essa catraca
e bota a culpa no amor...


04.04.2013
Guto Grana
Eu Armagedon




SABOR

não vem sono
nem sonho,
só sede
e tomo cerveja amarga
a solidão não larga
a solidez desaba,
e eu vou me afogando...
de linha em linha,
verso contra verso,
verso controverso
puro contra-senso...

será que é falso?
será que é fake?
será tão fútil?
será inútil

ou será apenas a máscara de um garoto sonso...

não vem o sono
nem sonho,
só sede
e tomo cerveja amarga
e minuto nenhum me canso...
 

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